Orientações, esclarecimentos, empatia e
uma série de sentimentos estiveram em pauta na tarde dessa quarta-feira (31),
quando ocorreu a 5ª edição do Curso Preparatório para Adoção, proferido pela
equipe técnica do Foro da Comarca de Pelotas, no Salão de Juri.
O curso contou com palestras que
objetivavam levar às famílias informação e alento, durante o processo de
habilitação para que enfim possam entrar na fila de adoção. Entre as
abordagens, estava o entendimento de que existem pessoas esperando para serem pais
e outras aguardando para serem filhos e, que durante esse processo é necessário
existir um amadurecimento de ambas as partes, para que ao se reunirem possam
usufruir de um relacionamento saudável, como se espera.
A Assistente Social Angela Megiatto esclareceu dúvidas dos candidatos. |
A equipe técnica falou sobre temas que foram muito além de burocracia. |
Para a Assistente Social do Foro de Pelotas,
atuante há mais de 24 anos no judiciário, Ângela Megiatto, mesmo que o curso
preparatório seja uma etapa obrigatória do processo legal de adoção, ele traz
aos participantes informações e esclarecimentos, como também possibilita o
amadurecimento quanto à motivação e se de fato desejam serem pai e mãe, além de
os candidatos terem espaço para um momento de reflexão sobre o perfil de
criança buscado, que é uma das principais preocupações da equipe técnica. Além
de todos os esclarecimentos, outro assunto importante abordado são os mitos,
verdades e mentiras envolvendo a adoção, que muitas vezes dificultam o
andamento do processo.
Durante as palestras, foi comentado do
andamento legal para chegar até a fase de convivência com a criança. Ângela
Megiatto comentou do passo-a-passo: “Para dar início, é necessário que todas as
pessoas que têm interesse em adotar ingressem no Juizado da Infância e
Juventude com a sua documentação, para que o Juiz possa dar entrada no pedido
de avaliação psicossocial desses candidatos. Após essa etapa, o processo é
devolvido ao Juizado, quando o Juiz informa ao Ministério Público para que dê
seu parecer, e depois o Juiz procede à sentença, que se favorável, permite que
os candidatos ingressem na lista de espera para adoção, onde ficam aguardando
até que sejam acionados”. No caso de surgir uma criança com o perfil desejado e
for do interesse dos candidatos, tem-se início todo o processo de convivência
entre a família e a criança.
Candidatos puderam tirar dúvidas sobre o processo de adoção. |
Gustavo de Souza e Leni Krause de Souza,
candidatos ao processo de adoção, falaram da decisão em adotar uma criança,
após a dificuldade em conseguir ter um filho pelo processo natural. Leni de
Souza comentou que “independente de poder ou não ter filhos, sempre tive essa
vontade de poder adotar, principalmente após ver casos na televisão de crianças
abandonadas, e acho que nós temos muito amor em nossa família para dar pra
alguém que esteja precisando”. Gustavo Souza falou também que essa decisão foi
tomada há cerca de 2 semanas, após a última tentativa de inseminação artificial
não ter funcionado, mas que eles já conversavam sobre o assunto há bastante
tempo e sempre foi uma opção adotar. Outro assunto abordado pelo casal foi a
questão do perfil buscado, comentado por Gustavo “Nós não temos nenhum
preconceito quanto à raça, mas ainda estamos pensando se temos estrutura mental
quanto a alguma doença, assim como sobre a idade já que não queremos um bebê,
poderia vir com 6, 7, 8 anos, tudo seria conversado e possível, mas ainda
estamos pensando”. Uma das maiores dificuldades do processo de adoção é
justamente o perfil buscado pelos candidatos, que muitas vezes buscam crianças
com até 4 anos, de pele clara e sem doenças pré existentes.
Dr. Marcelo falou sobre a quantidade de crianças que encontram-se em abrigos aguardando a adoção e como essa iniciativa é importante para a sociedade. |
Após as palestras, o Dr. Marcelo Malizia
Cabral, Juiz de Direito e Diretor do Foro da Comarca de Pelotas, fez uma breve
fala de encorajamento aos candidatos presentes, para que não desistam ao longo
do caminho. Parabenizou a equipe técnica do Juizado da Infância e Juventude
pelo evento, e disse estar muito feliz em ver tantos interessados em adotar,
visto a grande quantidade de crianças esperando por um lar, principalmente em
nossa região. Comentou ainda que o desejo do Foro é o de acolher a todos que
estão participando desse processo, assim como prestar todos os esclarecimentos
necessários para que possam dar andamento às adoções da melhor maneira possível.
Redação: Adriana Rabassa (Estagiária de Jornalismo)
Redação: Adriana Rabassa (Estagiária de Jornalismo)
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