terça-feira, 8 de agosto de 2017

CEJUSC FECHA PARCERIA COM A SMED EM PROJETO ANTI RACISMO NAS ESCOLAS

             Em duas reuniões realizadas na manhã dessa terça-feira (8), o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), fechou parceria com a Secretaria de Municipal de Educação e Desporto (SMED) para combater o racismo no ambiente escolar, através de palestras informativas com direção e professores de instituições de ensino do Município.

         Na primeira reunião, entre a equipe diretiva da SMED, formada pelos Professores Rosa Morales, Jussara Cruz e Edson Borges, com as representantes do CEJUSC, Marília Gonçalves, Ivete Oliveira da Silva e Marilaine Furmann, foram acertados detalhes do projeto que visa combater o racismo nas escolas da cidade de Pelotas, através de ações que informem e direcionem um novo olhar sobre o negro na história, geralmente lembrado de maneira pejorativa.

O encontro foi realizado na sede da SMED, localizado na Avenida Duque de Caxias.

         Uma das pautas desse primeiro encontro foi a pouca inclusão da raça negra nos livros escolares, quando muitos professores alegam que o Estado e o Município não oferecem muitas opções para serem utilizadas junto aos alunos. A Conciliadora Ivete comentou das experiências que já teve enquanto professora da rede municipal de ensino, onde a pessoa negra recebe apelidos como “moreninha” e “mulata”, como se o fato de ser negro fosse ofensivo, e que isso precisa ser combatido.

           Marilaine, Facilitadora do CEJUSC, comentou que o projeto anti racismo não busca culpabilizar a sociedade para a forma como o racismo acontece, mas sim lançar um novo olhar sobre a situação e as relações sociais entre crianças, brancas ou negras, dentro das instituições de ensino, que é o primeiro lugar onde o indivíduo começa a conviver com outras pessoas.

            Após a pré reunião para acerto de detalhes entre as representantes do CEJUSC e a equipe diretiva da SMED, foi iniciado o encontro com demais gestores e professores da rede municipal de ensino, principalmente das três escolas que irão receber o projeto durante o mês de agosto desse ano, que são: Frederico Ozanan, Mário Meneghetti e Núcleo Habitacional Getúlio Vargas.

           A Conciliadora Ivete comentou a dificuldade que nota nos educadores em trabalhar o racismo nas salas de aula, onde também percebe o quanto a criança negra é discriminada, o que não deveria ocorrer pois é no ambiente escolar, começando pela pré escola, que a criança tem o primeiro contato com a educação, e isso pode afetar todo o seu desenvolvimento futuro.

      Ivete também comentou que para o projeto ter andamento, é necessário que funcionários, professores e a direção trabalhem juntos, sendo esse justamente o objetivo principal, visando capacitar gestores escolares para trabalhar a negritude dentro da sala de aula, além de atualizar o currículo escolar, com conteúdos que falem a verdade sobre a história da raça negra, e não verdades inventadas ao longo dos anos. Essa ideia foi complementada pela Facilitadora Marilaine ao final, que falou ainda sobre o uso da Justiça Restaurativa para colaborar nessa mudança de visão, através das ferramentas do diálogo e da cultura da paz.

A Conciliadora Ivete falou sobre a dificuldade encontrada
nas bibliografias trabalhadas na escola.

A Facilitadora Marilaine comentou do uso da justiça 
restaurativa para solucionar problemas dentro da escola.



Algumas obras apresentadas pela Conciliadora Ivete.

          Por fim, foram apresentadas opções de livros que poderiam ser incluídos no currículo das escolas, que poderiam contribuir para essa mudança de paradigma. Entre os autores citados estava Maria Rita Py, autora de diversos livros de história para crianças, que conta sob uma visão lúdica e clara, as situações vividas no cotidiano por pessoas da raça negra.


      O Juiz de Direito, Diretor do Foro de Pelotas e Coordenador do CEJUSC, Marcelo Malizia Cabral, representado no encontro pela Gestora do CEJUSC, Marília Gonçalves, comemorou a parceria firmada, dizendo que “a discriminação racial é causa de muitos conflitos e, que com a campanha, o CEJUSC pretende contribuir com a prevenção de conflitos e com a pacificação social”.


Redação: Adriana Rabassa (Estagiária de Jornalismo)

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