sexta-feira, 6 de outubro de 2017

ALUNOS DE DIREITO ENTREVISTAM MAGISTRADO PARA PROJETO DE ENSINO SOBRE RACISMO


Analisar o racismo na ótica dos 3 poderes e a perspectiva da população. Esse foi o objetivo de 5 alunos do 1º ano do curso de direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que visitam o Foro de Pelotas na tarde dessa sexta-feira (06) para conversar com o Juiz e Diretor do Foro, Dr. Marcelo Malizia Cabral.


Os alunos questionaram o magistrado, acompanhados pela professora Ana Clara.

Dr. Marcelo disse sentir-se feliz por receber pessoas tão
jovens e interessadas em um assunto tão relevante.

Os alunos Alfonso Oliveira, Lais Santa Rosa, Luis Octávio Teixeira, Rahael Costa e Vitória Schwinguel, acompanhados da Profª Dra. Ana Clara Henning, iniciaram a entrevista pedindo ao magistrado que relatasse um pouco de sua história junto ao poder judiciário, quando contou que também graduou-se em direito pela própria UFPel, iniciando ali sua caminhada junto à justiça. Posteriormente, vieram muitos questionamentos relativos a percepção do judiciário sobre o racismo, a relação com as leis e sua aplicabilidade e a própria experiência pessoal do magistrado com o julgamento de casos envolvendo o racismo.

Nesse último quesito, inclusive, Dr. Marcelo falou que são ainda bem poucos os casos judicializados envolvendo ações racistas. Em seus 20 anos de magistratura, os casos que pôde observar eram mais relativos a indenizações por ofensas verbais e, que, nos últimos 10 anos se lembra de ter passado por sua jurisdição em torno de 5 processos do tipo.

Questionado pelos estudantes a cerca da pouca procura das pessoas pelo Poder Judiciário para a solução de casos envolvendo o racismo, o magistrado acredita que isso acontece por “uma questão de descrença que terão seus direitos garantidos e as ofensas reparadas”, comentou. Também comentou da necessidade de mais diálogo sobre o assunto, pois o “diálogo transforma as pessoas”.

Ainda respondendo aos questionamentos, Dr. Marcelo comentou que ainda são poucos os magistrados negros no Poder Judiciário, mas que o próprio Tribunal de Justiça está se modificando, visto que “as leis não proporcionam mudança nas pessoas, são as próprias que precisam se modificar”. No último ano foi, inclusive, aprovada a reserva de vagas para concurso públicos para juízes de direito, comentou o magistrado.

Finalizando a entrevista, os alunos e a professora agradeceram a disponibilidade do magistrado para recebê-los e, ele próprio disse “se sentir muito feliz por receber jovens tão interessados por um assunto tão relevante como esse”, finalizou.

Redação: Adriana Rabassa (Estagiária de Jornalismo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário